“Casamento revela comportamentos” que já existiam, não os transforma magicamente. Muitas mulheres depositam esperanças no matrimônio, acreditando que o parceiro mudará atitudes problemáticas após as núpcias ou nascimento dos filhos. Contudo, essa aposta emocional frequentemente resulta em frustração, pois padrões enraizados tendem a se intensificar com a convivência diária.
O Mito da Transformação Pós-Casamento
É comum que se acredite que o “sim” no altar funcione como uma varinha mágica, convertendo desrespeito em maturidade ou egoísmo em empatia. Contudo, a realidade é oposta: comportamentos como machismo, irresponsabilidade ou falta de diálogo, que já eram perceptíveis no namoro, não só persistem como podem se agravar. O casamento não altera a essência do indivíduo; pelo contrário, expõe traços que antes eram mascarados pela rotina menos intensa.
Por Que Insistimos Nessa Crença? (A Visão da Terapia do Esquema)
A Terapia do Esquema explica esse padrão através de feridas emocionais inconscientes. Mulheres que apostam na mudança do parceiro são frequentemente influenciadas por:
- Esquema de Abandono (medo patológico da solidão),
- Esquema de Autossacrifício (crença de que devem salvar o outro a qualquer custo),
- Esquema de Defectividade (sensação de não merecer relações melhores).
Em vez de estabelecer limites, essas dinâmicas levam a apostas emocionais perigosas, onde a esperança substitui a ação prática.
A Verdade Cruel: Sinais Ignorados São Amplificados
Quando dúvidas sobre o parceiro existem antes do casamento, é essencial reavaliar o compromisso. A convivência diária, os desafios financeiros e a criação dos filhos tendem a amplificar falhas de caráter preexistentes. Portanto, adiar o matrimônio para resolver questões básicas é mais sábio do que confiar em milagres. Relacionamentos saudáveis se constroem sobre verdades, não promessas de mudança.
Conclusão: Parceria Não É Projeto de Reforma
Casamento revela comportamentos, não os reforma. Mudanças genuínas partem do autorreconhecimento e da vontade própria — nunca da pressão do parceiro. Portanto, se comportamentos tóxicos já são evidentes, a decisão responsável é exigir transformações concretas antes do compromisso definitivo. Como alertado no texto original: “Amar é também saber esperar. E às vezes, o que precisa esperar não é o casamento — é a sua certeza”.

